Um mundo completamente definido por software, em que ‘caixas’ e cabos servem de infraestrutura para um gerenciamento mais centralizado, capaz de prover novos níveis de provisionamento e agilidade tanto para a infraestrutura de rede como para a de computação. Esta é a tendência tecnológica conhecida como SDx, do inglês Software-Defined Anything, mercado que deve ultrapassar os US$ 160 bilhões em cinco anos, segundo estimativas.
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Essa tendência tecnológica começou com a chegada da Software-Defined Network (SDN), e se popularizou sobretudo com o crescimento do mercado de Software-Defined Wide-Area Network (SD-WAN). Mas o gerenciamento por software também começa a ser comumente observável em data center (SDDC) e storage (SDS), o que indica claramente como o software se torna, a cada dia, a grande estrela da TI corporativa.
“Os ativos, as caixas, passam a servir de base para a inteligência que estará no software”, pondera Leandro Laporta, head de pré-vendas e parcerias para a América Latina da Orange. “E isso já se reflete no mercado: todas os fabricantes começam a falar que são empresas de software.”
O velho hábito da indústria de comparar equipamentos com base em números de portas e gigabits perde valor estratégico para os negócios, segundo o especialista, assim como a própria marca, com as white boxes ficando cada vez mais comum. O software que gerencia tudo isso é que se torna cada vez mais determinante.
No entanto, é importante lembrar que SDx é uma tendência, não uma única tecnologia, e que as soluções separadas não serão “engolidas”. “[SD-WAN, SDN, SDDC] são uma realidade e vão continuar sendo”, explica Luciano Saboia, gerente de pesquisa e consultoria de TIC da IDC Brasil.
SD-WAN: a disseminadora
Embora as redes definidas por software (SDN) tenham sido as primeiras a incorporar os benefícios das aplicações na nuvem para o gerenciamento de infraestrutura física, as tecnologias SD realmente ganharam impulso com o surgimento das SD-WAN. Foram elas as primeiras capazes de mostrar às grandes companhias o benefício de ter inteligência no gerenciamento de conexões, trazendo flexibilidade e economias financeiras massivas.
No fim, a SD-WAN mostrou que o que interessa é estar conectado, e que um software pode ser capaz de definir o tráfego sem importar se ele viaja por meio de uma rede 3G, 4G, satélite ou MPLS, ou mesmo o nome da operadora. O gerenciamento se torna muito mais fácil, o que libera o time de TI para atividades mais estratégicas.
“Antes as empresas tinham times de especialistas que analisavam diversos vendors e faziam uma lista para então irem ao mercado comprar caixas. Hoje apresentam o que precisam e encontram parceiros de negócio que vão definir os melhores softwares e customizações para atender a essa necessidade”, explica Laporta. “Elas estão mais preocupadas em segmentar o tráfego, o que não depende de hardware, e sim de uma configuração completa e de um software bem implementado.”
E o CIO ganha muito com a tendência SDx, considerando a pressão que sofre já há alguns anos para implementar na rede corporativa novos dispositivos de colaboradores, por exemplo, ou soluções de Internet das Coisas (IoT). O gerenciamento por software facilita essas tarefas sobremaneira, por meio de upgrades que atendam necessidades específicas, de acordo com a estratégia traçada pela organização.
Para Saboia, da IDC, o SDx é uma transformação que afeta sobretudo as operadoras de telecomunicações, uma vez que elas proveem serviços tanto para empresas (B2B) como para consumidores finais (B2C). Depois vem os data centers, que ganham muito a partir de uma malha totalmente interligada e gerenciada por software compartilhando dados.
No entanto, salienta, empresas de todos os segmentos podem, em alguma medida, ser beneficiadas pela tendência software defined.
Evolução natural e necessária
Muito embora a TI esteja migrando rapidamente para a definição por software, o legado existe, é grande e não deve ser desprezado. Afinal, equipamentos antigos ainda em operação funcionam e executam aquilo para que foram fabricados. No entanto, lembram os especialistas, as necessidades do passado podem não ser mais as mesmas, e esses equipamentos não são capazes de tratar o tráfego com flexibilidade.
“As necessidades mudaram. Temos que usar o legado como insumo de novas soluções, seja como base instalada, para um processo de upgrade ou para conhecimento do que já passou”, reflete o executivo da Orange. “Esta é uma grande diferença que o SDx traz: cria um legado de software. Toda vez que for necessário evoluir, ocorre uma troca de software. Pensando em sustentabilidade, faz bastante sentido. Não vai existir mais uma caixa travada.”
Considerando que a maior parte das soluções legadas de LAN não permitem SD, é preciso então alterar a capacidade dos equipamentos. Assim, as trocas são inevitáveis, mas o peso do investimento passa a ser maior em software do que hardware, dando ao cliente a liberdade de usar os fabricantes que bem entender e dar foco aos sistemas.
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