Caos político e social no Cairo não foi percebido por clientes de telecomunicações graças a tecnologia. Mas é importante focar em cibersegurança.
A cidade do Cairo vivia um caos político e social em meados de 2013, quando protestos violentos pediam a saída do então presidente egípcio, Mohamed Mursi. Ruas com barricadas, assassinatos e falta de energia elétrica impediram centenas de cidadãos de saírem de suas casas e de se comunicarem via internet. Apesar disso, as operações locais do Centro de Serviço ao Cliente da Orange Business, que oferecem suporte técnico a clientes europeus e norte-africanos, não foram afetadas.
Isso só foi possível graças à transformação digital, amparada, mais especificamente, a um cabo submarino de telecomunicações entre os oceanos Atlântico e Pacífico, que mantém a conexão estável nesse enorme perímetro. Quem foi atendido a partir do Cairo sequer notou se comunicar por uma cidade que havia se tornado palco de guerra.
Mas esse é apenas um exemplo. A transformação digital tem muitas facetas e é adequada aos mais diversos setores.
No Brasil, por exemplo, grandes bancos que possuem agências em diversas cidades e estados são amparados por sistemas exclusivos de conectividade que integram a matriz às suas unidades mais distantes.
Na Holanda, a agricultura é otimizada pelo o uso de um aplicativo que permite aos fazendeiros controlarem pontos de irrigação de acordo com o clima - algo útil, especialmente, em épocas de estiagens ou inundações. Pelo app é possível, ainda, medir a umidade e os minerais do solo, graças à Internet das Coisas (IoT, ou Internet of Things), já que a comunicação é feita com um sensor e um servidor que armazena as informações e as transmite em tempo real.
Além disso, multinacionais criam ambientes de colaboração com a equipe, independentemente da localidade, graças a ferramentas de áudio ou videoconferências, VoIP e softphones, amparados por redes de conectividade híbridas e altamente estáveis.
De nada adianta permitir que todos os dados estejam acessíveis e estimulem a colaboração, conectividade e transformação digital se eles forem interceptados por cibercriminosos. Nesse ponto, as redes definidas por software (Software Defined Networking - SDN) representam um apoio importante: com ela, a estrutura de hardware ganha orquestração via software, o que permite que a forma de acesso à internet, as redes Wi-Fi e critérios de segurança sejam definidos e parametrizados com facilidade e abrangência.
Como qualquer projeto ou plano de negócio, a transformação digital precisa ser tratada de ponta a ponta, exige um preparo sólido de segurança da informação e, claro, uma revolução na forma de pensar a organização. Mas colher os benefícios de se prestar um serviço sem qualquer intercorrência - mesmo em um ambiente caótico, como o descrito acima - definitivamente, chama a atenção.
Carlos Pereira é Vice Presidente de Serviços ao Cliente e Operações para a América Latina. Em sua função, ele é responsável pelas principais operações do Major Service Center da Orange no Brasil e por apoiar os negócios da empresa na região, mantendo um foco incessante na satisfação do cliente, qualidade de serviço e lucratividade. Além disso, Carlos também possui as funções de Compliance Officer para a América Latina e Country Manager para o Brasil.